setembro 17, 2008

Susto e Tapas na Cara (Parte III)

Outra situação em que tomei um tapa na cara foi quando eu embarquei num ônibus e, ao pagar a passagem, recebi um bolo de notas de um real. No fundo do ônibus, estava um grupo de meninos de rua que me perguntaram se eu não queria trocar as moedas que eles haviam ganho pelas minhas notas.
Para mim, nunca houve diferença entre moedas e notas, afinal, dinheiro é dinheiro. Para testar a honestidade desses meninos, propus o seguinte: “vamos fazer essa troca e eu não vou conferir as moedas de vocês. Vou confiar, heim!” e os meninos disseram que eu poderia conferir que tudo estava certo. Joguei as moedas no bolso lateral da minha mochila e segui viagem tentando não pensar mais no assunto, mas estava muito curioso.
Ao chegar em casa, conferi as moedas e, para a minha surpresa e decepção, faltavam quase dois reais. Para ser exato, meu prejuízo foi de R$1,85. O valor não era o motivo maior da minha indignação, mas a confiança nos mais inocentes tinha sido gravemente abalada. Joguei a mochila num canto e passei o resto do dia chateado...
No dia seguinte, peguei a mochila para tirar o material que estava lá dentro e encontrei algumas moedas no fundo. Examinei melhor a mochila e vi que aquele bolso no qual eu havia colocado as moedas estava rasgado. Contei R$2,15.
Sim, os meninos haviam dado dinheiro a mais e aquele tinha sido mais um tapa na cara que o destino me dava.

setembro 16, 2008

Susto e Tapas na Cara (Parte II)

O medo era inevitável e o arrependimento quase me dominava. Entretanto, no horizonte escuro surgiu uma região iluminada e o motorista me informou que se tratava de Águas Claras. O alívio foi tão imediato quanto o meu arrependimento de ficar pensando que aquela alma caridosa pudesse ter outras intenções que não a de ajudar um estranho em dificuldades.
Sempre que a generosidade humana se coloca à prova na minha vida, tenho a teimosa postura de ficar com o “pé atrás” e sempre acabo levando esse TAPA NA CARA do destino.
Sim, é certo que o mundo não favorece a essa confiança, mas quando eu passei por uma situação de provar o valor das pessoas, tive bons retornos e certamente, essa não foi a única experiência. (continua...)

setembro 14, 2008

Susto e Tapas na Cara (Parte I)

No último final de semana fui visitar uns amigos em Brasília. Como eles moram numa cidade próxima (Águas Claras) e já era noite, tive que pegar um táxi. Ao desembarcar no aeroporto, sabia da existência de um “transporte alternativo” que me permitiria economizar, mas sem saber como identificar esses motoristas, liguei para o meu anfitrião e fui informado que eram pessoas que ficavam próximas aos seus carros. Ao identificar um cidadão numa situação semelhante à descrita, o abordei e perguntei: “Quanto é até Águas Claras?” e o senhor, com voz de “Pantaleão”, (personagem do Chico Anysio) respondeu: “Uns 15 quilômetros. Você pode pegar um ônibus ou, se ainda tiver metrô, sai mais barato”. Obviamente, pela resposta não se tratava de um dos profissionais que eu procurava, o que me deixou muito constrangido.
Penso que pela minha fisionomia de “estou num mato sem cachorro”, o cidadão me disse: “Olhe, estou esperando a minha filha e vou para Taguatinga e Águas Claras é caminho. Vá para a parada e espere seu ônibus, se eu passar por lá e você ainda estiver, lhe dou uma carona. Lá perto, o senhor pega um táxi que sairá bem mais barato”. Para um turista em terras desconhecidas, aquilo foi uma bênção. Em poucos minutos, eu embarquei no carro e rumei para Águas Claras.No caminho, passando por placas que indicavam localidades como Ceilândia e Candangópolis, alguns pensamentos começaram a rondar a minha mente. Seqüestro, roubo e outras atrocidades pareciam mais claros quando passei por uma região pouco habitada chamada “PARQUE WAY” e o motorista comentou que ali era região de muitas mansões e que ninguém passava pelas ruas de lá à noite. A cada beco que eu passava, a cada rua escura, eu me via ali e a toda hora pensava “onde é que eu fui me meter” (continua...)

setembro 02, 2008

MÃE, TIREI UM DEZ! TIREI ?

A análise sobre a avaliação leva à análise da educação como um todo. Para alguns, a nota é encarada como uma expressão geral de resultados e os objetivos cognitivos e formativos passam a ser relegados a um segundo plano. Muitos autores defendem a idéia de que se deve dissociar a aprendizagem cognitiva daquela dita afetiva e psicomotora. Outros, defendem a associação universal da formação do aluno, onde cada aspecto em que há algum tipo de “evolução” deve ser avaliado.
Os educadores em geral delegam às escolas a tomada de postura quanto ao modo de avaliação dos seus alunos. De forma mais tímida, essa questão é tratada nas universidades pelos professores aos pré-docentes que, ao chegar no momento de aplicar a sua docência em sala de aula, acabam tendo que se utilizar das suas experiências como alunos para tentar contornar situações. A avaliação não permite solução, mas deixa pistas de que somente se saberá analisar o educando se os objetivos cognitivos estiverem bem traçados e claros. Para isso, não basta a vontade de um educador, mas de todo o seu grupo escolar para estabelecer esses objetivos de forma prática.